Guia para um fim-de-semana em Paris
Um fim-de-semana em Paris está, obviamente, condicionado pelo tempo: o das 48 horas (mais coisa, menos coisa) que tem, mas também o que nos obriga a fugir da chuva e da neve ou a despir os casacos porque está demasiado calor.
Nós tivemos a sorte de já visitar Paris com um dos piores nevões dos últimos anos, com tempo primaveril e com um calor abrasador: este guia tenta jogar com as possibilidades. E não esquece que a Catedral de Notre Dame é para ver, mesmo que ardida e por fora.
Uma boa opção para quem chega a Paris, vindo de RER, é começar por explorar a zona do Marais. Claro que o Centre Pompidou chama a atenção, mas por vezes as filas são incomportáveis: vale a pena passar por lá e decidir se é de ficar ou não. Caso contrário, sigam o nosso conselho e ponham-se a caminho do Memorial de la Shoah, um pequeno museu e centro de documentação que aborda o tema do Holocausto em França. Uma boa forma de iniciar as lides parisienses antes de seguir para a Place des Vosges.
Esta praça é presença assídua em filmes e, só por si, isso valeria a visita, mas - por ser um oásis no meio da agitação de Paris - é também um excelente sítio para se ser introduzido ao charme da cidade. Depois de uma viagem de avião e umas boas centenas de metros de mochila às costas, é também uma boa escolha para se sentar a observar as fachadas e a petiscar qualquer coisa, se o tempo ajudar.
A paragem seguinte deve ser a Catedral de Notre Dame, ponto final. Nos próximos anos a visita ao interior deve ser impossível, mas não há forma de escapar a este marco da cidade. E o Sena está mesmo aí ao lado, num convite à reflexão, antes da rápida visita à Sainte-Chapelle, uma pérola da arquitetura gótica.
Depois de uma paragem para almoço - e que melhor sítio para o fazer do que as margens do Sena? -, pode ser boa ideia seguir para um museu. O Louvre é a opção óbvia, e foi a nossa escolha na primeira visita. Talvez não o fosse agora, mas a verdade é que tem coleções para agradar a gregos e troianos. O Musée d'Orsay, do outro lado do rio, é uma opção para quem gosta de arte do século XIX e início do século XX. Um bocadinho mais afastados estão o Grand e o Petit Palais, que acolhem exposições temporárias que podem cair no goto.
E, para aproveitar todas as horas disponíveis, que tal ver Paris de uma nova perspetiva com um cruzeiro noturno pelo Sena?
No segundo dia de viagem, sobretudo se calhar um domingo, é importante ter em atenção que a maioria do comércio fecha na cidade. Claro que isso não tem grande influência na rota turística, a não ser que estejam a planear comprar muitos souvenirs. Posto isto, a nossa recomendação é para que dividam o vosso tempo entre Montmartre, os Campos Elísios e a Torre Eiffel.
A subida até à Basílica do Sacré Coeur deve ser feita logo de manhã, quando ainda há pernas para tal: é um esticão, mas vale a pena, sobretudo se aproveitarmos para ver as vistas. Nada de funicular se queremos poupar dinheiro! A Basílica, em si, é lindíssima e a vista de Paris uma das mais "fotografáveis" que podemos conseguir. Outra opção é visitar ao pôr-do-sol, mas é possível que não sejam os únicos a ter essa ideia.
O próximo passo na agenda é entrarmos no mundo de Amélie Poulain e perdermo-nos pelas ruelas de Montmartre, que continuam recheadas de encanto. Uma paragem engraçada por aquelas bandas é a Place des Abesses. Ainda por aquela zona, a minha sugestão é apreciar um bom crepe (ou vários, que os há de muitas formas e feitios) para o almoço. Se estiver bom tempo, melhor: people watching numa esplanada é dos melhores passatempos que pode haver numa cidade que vemos pela primeira vez.
Depois de almoço, é voltar ao metro para chegar até à Torre Eiffel. Com sorte - e sem vertigens - a torre estará aberta, e farão uso dos bilhetes pré-comprados para evitar as filas monumentais que por ali se encontram. Para as melhores fotografias da torre em si, o melhor spot fica do outro lado do rio, na Place du Trocadéro.
Daí, é um tirinho até ao Arco do Triunfo, e depois podem armar-se em chiques e descer os Campos Elísios até as pernas se queixarem. Claro que, se for domingo, a maioria das lojas que ocupam a rua vai estar fechada...
Se chegarem até lá, o Jardin des Tuileries é fantástico para passar umas horas ao final da tarde. Caso contrário, o Jardin du Luxembourg fica a uma curta viagem de metro de distância, e leva-vos a uma nova zona da cidade. O Panteão também está ali ao pé, e merece a visita.