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Uma viagem à capital dos Estados Unidos… com dois bónus

National Mall é um mimo para passear

Os tempos eram outros. Os Estados Unidos ainda não estavam no horizonte da Sarah e não foi (muito) fácil convencê-la a aceitar o desafio de ir a Washington. Quando nos conhecemos, eu tinha uma viagem praticamente anual para ir ver todo o tipo de desportos, mas precisei de mais de um ano para a seduzir a seguir o mesmo caminho (e eventualmente fazer crescer a semente que nos levou ao atlas de bolso).

Washington e Filadélfia eram duas das minhas prioridades. Como ficam relativamente perto um do outro, achámos que faria todo o sentido arranjar uma forma de juntá-los na mesma viagem. Foi nesse momento que a Sarah se impôs e mostrou um desejo: «Se é para ir aos Estados Unidos, não faz sentido que não passemos por Nova Iorque também».

Para ela, esse era o ponto de partida fulcral. (Passou-lhe rápido.)

Organizar a viagem aos Estados Unidos, a nossa primeira grande aventura fora da Europa juntos, foi diferente de tudo o resto. Para fazer as viagens entre as cidades, recorremos a uma cadeia de autocarros chamada Megabus que tinha conhecido dois anos antes. É uma low-cost bastante útil e, se pensarmos em tudo com antecipação, conseguimos encontrar bilhetes a dois dólares (pelo menos na altura esse era o valor mínimo: um dólar pela viagem e outro de taxas).

Decidimos fazer uma aventura de um dia em Filadélfia, com ida de madrugada e regresso ao final da tarde, e achámos que faria sentido passar uma noite em Nova Iorque, e assim ter praticamente dois dias completos na cidade. Escolher uma data em que houvesse rivalidade de basebol com um jogo entre os Yankees e os Red Sox foi… mais do que um mero detalhe.

O alojamento em Washington é caro mas conseguimos arranjar um negócio espetacular. O Airbnb ainda não estava tão na moda como agora e encontrámos uma espécie de cave renovada num bairro residencial não muito longe do Capitólio por bastante menos que um hotel. A escolha foi perfeita e o dono ainda nos quis devolver algum dinheiro por as obras junto à porta de entrada ainda não estarem terminadas durante a estadia. Não aceitámos, porque a estadia foi perfeita - e mereceu tudo o que pagámos por ela.

O resto… é história. Vimos muito desporto em Washington (NBA, NHL e MLB), ficámos deliciados com o National Mall e ainda hoje sentimos, cinco anos depois, que é uma das cidades mais bonitas dos Estados Unidos. Termos ido em abril, em pleno pico das cerejeiras em flor, também ajudou. Filadélfia e Nova Iorque também foram, à sua maneira, destinos marcantes.

A maior conclusão, ainda assim, foi outra: a Sarah percebeu que partilhava a minha paixão pelos Estados Unidos. Aquele seria apenas o início de sucessivas aventuras.

 

Voo (ida e volta para Washington D.C., por pessoa): 538 euros, Lufthansa

Autocarro (ida e volta para Filadélfia, por pessoa): 5.5 dólares

Autocarro (ida e volta para Nova Iorque, por pessoa): 10 dólares

Alojamento em Washington D.C. (por noite, para duas pessoas): 64 euros

Alojamento em Nova Iorque (por noite, para duas pessoas): 130 euros

Top-5 de Praga

A capital da República Checa – ou Chéquia, como é correto dizer atualmente, embora demore a entranhar – é, muito provavelmente, uma das cidades europeias que mais vale a pena visitar, fora do eixo Londres-Roma-Paris. Pode não ter a mesma fama mas, acreditem em nós, o proveito não falta. Esta é a nossa lista de atividades imperdíveis.

 

1. Praça da Cidade Velha

Praça encanta dos mais velhos aos mais jovens

O relógio astronómico garante diversão, dos miúdos aos mais graúdos. A expetativa por cada hora certa cresce e percebe-se perfeitamente a dinâmica que a antecede. Mas a praça é muito mais do que isso: é um centro de atividade, com muitas esplanadas, uma fábrica de cristal e… múltiplas oportunidades para fazer people-watching.

 

2. A Ponte Carlos (Karluv Most) e a zona circundante

Selfie da praxe

É como se fosse uma Rua Augusta numa ponte. Dá para comprar de tudo, há estátuas dos dois lados que provocam o entusiasmo de centenas de turistas e, mais importante (pelo menos para nós), vistas de encantar, desde a Torre de Petrín ao Castelo de Praga.

 

3. A vista da Torre de Petrín

Uma vista de tirar o fôlego

As vistas de Praga são verdadeiramente sensacionais – as nossas fotografias, já com cinco anos e tiradas com uma máquina que alcançou a merecida reforma, não lhe fazem jus. O nosso conselho é que subam a Torre de Petrín – a Eiffel de Praga – perto da hora do pôr-do-sol e absorvam o ambiente da cidade. Dá para ver tudo, do Castelo aos principais pontos de interesse na outra margem.

 

4. Museu do Comunismo

A influência de Estaline na Cortina de Ferro é incontornável

Pedimos desculpa mas não conseguimos escapar a museus que contem a história – sobretudo a recente – de um sítio. Em Praga, é impossível fugir às marcas do comunismo num país que era, até há relativamente pouco tempo, conhecido por Checoslováquia.

 

5. Um passeio na Praça Venceslau

Vale imagens repetidas?

Talvez seja uma espécie de Avenida dos Aliados de Praga. Está ligada diretamente a manifestações históricas – talvez seja curioso passar por lá apenas depois de uma visita ao Museu do Comunismo – e é um local perfeito para entrar um pouco no ritmo de azáfama total dos locais.

Guia para um fim-de-semana prolongado em Praga

A capital da República Checa é uma das cidades mais encantadoras da Europa Central. Sem ter a fama de capitais como Paris, Londres ou Roma, oferece um leque de opções turísticas capaz de seduzir até os mais desinteressados. É uma cidade bonita, cheia de atrações e que promove as caminhadas – mesmo as mais difíceis. Nós ficámos conquistados: não havia como não.

Karluv Most

Dia 1

Não há nada melhor do que ver uma cidade pela primeira vez. A curiosidade e a antecipação são enormes e há uma grande diferença entre ver fotografias em guias e poder presenciar algo ao vivo. Por isso, uma das nossas prioridades passa sempre por guardar as malas e passear pelas ruas para começar a absorver o espírito local e observar as suas peculiaridades.

Garantir um panorama geral da cidade é igualmente importante, por isso começar na Torre da Pólvora é uma excelente ideia. Pode não estar na zona mais central mas é perfeito se o vosso alojamento for lá perto. Além de tudo o resto, permite-vos riscar uma coisa da lista que não ficaria a jeito de fazer a meio do dia.

Torre da Pólvora é ideal para uma primeira vista sobre Praga

Esta torre está no meio da estrada – os carros passam por baixo do seu arco – e subir até ao topo é um desafio que exige boa condição física. As escadas são antigas e escuras e tornam-se cada vez mais complicadas. A verdade é que chegando lá acima, sobretudo se não tiverem vertigens (não é, Sarah?), a vista compensa. Não tenham ilusões: não é a melhor vista de Praga – o melhor fica guardado para depois – mas é um excelente aperitivo e ajuda-nos a criar algum sentido de orientação.

O dia da viagem costuma ser cansativo por isso há escolhas que dependem sempre de cada um – e da presença de sol ou chuva. Perto da Torre da Pólvora, está o Museu do Comunismo (quando fomos em 2014 estava em obras e visitámo-lo noutras instalações). Quem nos conhece, sabe que não somos fãs de museus… excepto quando se trata de História. A opção é perfeita: dá-nos a conhecer melhor o país, falando-nos da história da cidade e do que aconteceu nas décadas anteriores.

Depois de sujeitos a tanta informação, poderão querer desanuviar e fazer uma caminhada pela rua pedonal e altamente comercial que leva até à histórica Praça Venceslau. Se tiverem saído do Museu do Comunismo, é altamente provável que venham a reconhecer as imagens das manifestações e celebrações que se fizeram com o Museu Nacional em plano de fundo. De certa forma, está para a praça como a Câmara Municipal do Porto está para a Avenida dos Aliados.

Praça Venceslau com o Museu Nacional ao fundo

Com o dia a terminar, aproveitem para explorar um pouco mais da cidade com um cruzeiro pelas águas do rio Vltava. Mais uma vez, será um excelente aperitivo para verem pela primeira vez muito do que visitarão nos dias seguintes.

 

Dia 2

O segundo dia vai ter muita atividade ribeirinha mas convém começar um pouco mais longe. A Praça da Cidade Velha é uma das zonas mais conhecidas e concorridas de Praga, com as suas múltiplas esplanadas, sítios para comer, lojas onde poderão ver cristal a ser moldado e, claro está, o relógio astronómico.

O famoso relógio

De hora a hora, os turistas juntam-se para ver aqueles segundos de desfile de pequenas figuras e esqueletos enquanto se ouvem as badaladas. Há quem comece a ganhar espaço vinte minutos antes mas não é motivo para tanto exagero. Sejam ansiosos ou não, aproveitem para ver. Não se pode ir a Praga sem assistir à mudança de hora no velho relógio com mais de 600 anos.

A caminho do rio, há dois sítios por onde podem passar: o estranho monumento a Franz Kafka e o cemitério judeu. Por esta altura, sem qualquer desvio, estarão cada vez mais perto do rio, conseguindo ver o Castelo de Praga no topo da outra margem e o rebuliço junto à Karluv Most (Ponte Carlos).

As imediações são uma excelente zona para encontrar comida – apesar de mais cara – e não tenham pressa. É um sítio perfeito para fazer people watching: percorram a ponte até ao lado contrário sem pressa, vejam as estátuas e aproveitem para apreciar a vista espetacular a 360 graus.

Karluv Most

Do outro lado, subir até à zona do Castelo de Praga vai ser uma aventura cansativa mas, uma vez mais, vale a pena. A vista sobre a cidade é magnífica e poderão ainda visitar a Catedral de São Vito e a Rua de Ouro, ainda dentro das fortificações do castelo. (Se decidirem começar este dia ao contrário, podem fazer pontaria ao render da guarda - diariamente, ao meio-dia em ponto, junta-se uma multidão para ver a cerimónia protocolar).

Quando descerem, em vez de regressarem pela Karluv Most, virem à direita e façam esse passeio junto ao rio até à ponte seguinte. É uma zona muito artística, com alguns murais artísticos com décadas de existência, que vale a pena. Procurem pelo Muro de Lennon.

Vista de Petrín

Se acham que estão cansados, tirem daí a ideia. Está na altura de subir novamente até Petrín. Mas descansem: há um funicular que faz a ligação até ao topo, onde está a chamada «Torre Eiffel de Praga». Podem aproveitar para subir até ao topo e, aqui sim, ter a melhor vista sobre a cidade. Se souberem escolher a melhor altura do dia (cof, cof, pôr-do-sol), não se vão arrepender. É uma imagem que vos vai ficar na cabeça.

 

Dia 3

O terceiro dia costuma ser interrompido pelo voo de regresso por isso pode não haver tempo suficiente para grandes aventuras. No entanto, há várias sugestões que podem fazer sentido: regressem à zona ribeirinha e sigam para sul. A Casa Dançante é uma delícia arquitetónica que vos vai fazer dar nós na cabeça e, bastante mais longe e a pedir um transporte diferente – os pés já vão estar a pedir clemência – têm o Castelo de Vysehrad à vossa espera.