Um ano de Covid-19, muito poucos passeios e grandes mudanças
Já passou um ano desde que escrevemos pela última vez aqui na chafarica - e infelizmente, este não é um novo guia, um novo top-5 ou um post sobre aquele jogo super-nada-esquisito que fomos ver numa cidade qualquer do mundo.
Nope.
Em fevereiro de 2020 fizemos a nossa última viagem internacional - até Milão - antes da Covid-19 parar o mundo, e além de nos matar os planos, a pandemia matou-me (pelo menos a mim), a inspiração. Temos muitas viagens para recordar, muitos posts alinhavados: ainda não vos falámos de Bruges, por exemplo. Nem fizemos um guia de Nova Iorque ou um top-5 de Budapeste.
É que escrever sobre as viagens que fizemos e aquelas que não podemos planear nos próximos tempos dá-me um aperto no coração; lembrar aqui (no nosso cantinho*) alguns dos melhores momentos que passámos fora de casa dá-me vontade de chorar - sinto que uma parte de mim foi cortada aos bocadinhos e vou demorar muito a encontrá-los. Temos falado sobre algumas destas viagens «em falta» no podcast, mas escrever sobre elas implica ir mais fundo, ver mapas, pesquisar preços, voltar ao planeamento que fizemos na altura, remexer nos álbuns de fotografias. Dói mais.
Para abril de 2020 tínhamos planeada uma grande viagem que começaria com dez dias no Texas e continuaria com (mais) um cruzeiro nas Caraíbas. A pandemia mudou-nos as voltas e implicou que os nossos passeios, no último ano, fossem «in house». Sesimbra foi o nosso destino mais longínquo; também aproveitámos para passar uma semana em Paço de Arcos e outra em Cascais - numas vezes tivemos férias, noutras teletrabalhámos. Tomámos a decisão consciente de manter o distanciamento social em quartos de hotel, apoiando, da forma possível, o setor hoteleiro e da restauração. Havemos de vos falar dessas escapadelas.
No meio de um ano em que tivemos muita casa, pouco desporto, uns meses de layoff passados na praia e muito pouco contacto pessoal, houve também espaço para mudanças drásticas. No final do verão de 2020 decidi que queria experimentar coisas novas. E claro que essas coisas novas, mesmo durante uma pandemia, tinham de implicar uma viagem de avião.
Escrevo este texto do Luxemburgo: a meias com Oeiras, esta será a minha «casa» por algum tempo.
Pode ser que esta mudança de ares me inspire a voltar aos posts, quem sabe? Talvez (re)comece pela cidade do Luxemburgo, que visitámos pela primeira vez em junho de 2017.
Fica a interrupção do silêncio. Até já.
*no nosso cantinho escrevemos sobre o que nos apetece, lamento.