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Guia para um dia em Osaka

 

Há quem defenda que Osaka pode ficar de fora numa viagem aos "highlights" do Japão. Eu não concordo - e não é só por ser sua a capital culinária. A cidade tem uma atmosfera muito própria que, nos dez dias que passámos a explorar o Japão, não conseguimos encontrar em mais lado nenhum; tem (não é possível escapar) alguma da melhor comida que provámos; e também tem paragens históricas obrigatórias para apreciar um bocadinho melhor a segunda maior cidade daquele país.

Claro que o tempo nem sempre abunda e, não podendo ficar um mês em cada sítio, às vezes temos de condensar as visitas - foi o que fizemos em Osaka e é assim que nasce este guia. Avancemos então.

Um passeio pela rua Dotonbori

A nossa sugestão é que tratem de ver os marcos históricos pela manhã, para ganharem fome para o que se avizinha. Assim, a primeira paragem deve ser o Castelo de Osaka, facilmente acessível de metro. Toda a zona fortificada oferece diferentes panoramas sobre a cidade e o próprio castelo, e vale a pena a visita por si só (melhora ainda mais se for na Primavera ou final do Outono). A entrada no Castelo propriamente custa 600Y - nós não visitámos porque não nos chamou a atenção e preferimos passar o nosso par de horas a explorar as redondezas.

Ali ao lado fica o Museu de História de Osaka que, apesar de não ser dos melhores museus do mundo, merece uma exploração rápida. A entrada também é 600Y (entre os cinco e os seis euros) e o que vão encontrar lá dentro é um espaço que, partindo da história da cidade, nos transporta pelas várias épocas históricas do Japão - afinal, viajar também é conhecer um pouco mais do que formou o país onde estamos. Podem até ter a sorte de ter uma lição privada sobre o mercado cambial no período em que a capital se mudou para Edo (atual Tóquio).

No castelo de Osaka

Além de tudo o mais, terão uma espetacular vista sobre o Castelo e, com um bocadinho mais de esforço, poderão ver as escavações arqueológicas que descobriram, na zona, as ruínas de dois palácios datados dos séculos VII e VIII, quando Osaka era a capital japonesa.

Já com fome? Chegou a hora de virarmos atenções para o centro da cidade, e a nossa sugestão é que comecem por explorar a rua comercial Shinsaibashi-suji, coberta e cheia de todas as lojas que podem imaginar. Vão ficar no meio da ação, e com tantas opções para o que fazer que o difícil é escolher. Façam compras, people watching e comam - mas não desperdicem todo o espaço do estômago numa única refeição (o melhor é ir experimentando um pouco de tudo).

Depois, voltem as atenções para o mercado Kuromon. Na origem, trata-se de um mercado de peixe - e é isso que vão querer experimentar - mas, claro, há de tudo um pouco. A maioria das bancas estão abertas até às 18h e, se visitarem perto do fecho, vão ver muitas reduções de 50% sobre o preço dos produtos. Que tal um caranguejo grelhado ali à vossa frente? Ou uma saudável dose de sushi fresquíssimo? Se estão mais virados para a carne, há também inúmeras bancas a vender bife Kobe e algumas outras variedades, mais ou menos amigas do bolso.

Mercado Kuromon

Quando o sol se puser no horizonte, sigam então para a mais famosa rua de Osaka, a Dotonbori, e divirtam-se a ver as multidões... há turistas, claro, mas também há locais que sabem que ali se encontram algumas das melhores refeições que podem fazer. Imperdível (já trataram do vosso takoyaki hoje, certo?) é experimentar kushikatsu - espetadas de carne, peixe, marisco e vegetais fritos que, prometo, vão deixar saudades. Podem escolher um prato com tudo, ou pedir individualmente os kushikatsu que vos parecerem melhor. A única regra para os comer, afogados num maravilhoso molho escuro (que não estou muito interessada em saber o que tem, porque não quero ter uma desculpa para fazer fritos em casa), é: nada de double-dipping.